Existe um mundo que não cabe em mim, e este mundo pulsante e querendo asas , vai estar em Renatiando!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

MUNDO MUNDO, VASTO MUNDO
















Fui 2 vezes para o Mato Grosso do Sul. E fiquei encantada com a extensão de terras É uma vastidão que invade os olhos quando paralisamos no horizonte e vemos campos abertos, livres, fartos e imensos mundo adentro. Algo invade o peito e imediatamente se pensa em como o mundo é muito maior do que o cotidiano, do que nossos problemas e neuras, do que as coisas mesquinhas que temos no nosso convívio. Diria que é uma sensação única de AMPLITUDE, amplitude do mundo e das coisas simples da vida. Daí se entende um pouco mais a alma pantaneira, se entende Almir Sater e Manuel de Barros.


Quando fui a Campo Grande, fiquei ligada nas ruas, nos lugares, achando que na esquina daria de cara com Almir andando por lá…. Achei que em alguma esquina encontraria a poesia de Manuel de Barros, porque dos dois, sou uma admiradora indiscreta. Isto significa que além de admirar a arte e o estilo de vida, tenho vontade dar um abraço e dizer o quanto a arte deles com o espírito da AMPLITUDE deixa a minha vida mais doce, mais sonhadora…


A poesia de Manuel de Barros entra no meu cotidiano, em dias que a amplitude das ideias é inexistente, então, sem pretensão, vem os versos, e me falam assim ô: "...Para infantilizar formigas é só pingar um pouquinho de água no coração delas…. "


Rs.


É… é assim ô ( vou explicar): é como quando estamos no desespero de um choro e vem uma criança e diz frases engraçadinhas e no meio das lágrimas abrimos um sorrisinho de canto poderoso o suficiente para limpar as lágrimas e o mundo AMPLO, como os campos de Mato Grosso, invade o coração…. a mente….. as idéias….

É assim ó:




Um homem catava pregos no chão.

Sempre os encontrava deitados de comprido,

ou de lado,

ou de joelhos no chão.

Nunca de ponta.

Assim eles não furam mais - o homem pensava.

Eles não exercem mais a função de pregar.S

ão patrimônios inúteis da humanidade.

Ganharam o privilégio do abandono.

O homem passava o dia inteiro nessa função de catar

pregos enferrujados.

Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.

Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.

Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.

Garante a soberania de Ser mais do que Ter.




o catator

Manuel de Barros.

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